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Há um jogo chamado GTA (Grand Theft Auto) que todos os miúdos jogam apesar de ser para maiores de 18 anos. Basicamente, o jogo consiste em assumir um personagem que é um criminoso especialista em violência, tráfico de drogas, assassinato, prostituição etc. que vai cumprindo missões de todo o tipo. O GTA, que é de um realismo exemplar, é um dos mais rentáveis da história dos videogames. Claro que os 18 anos indicados na caixa são meramente indicativos e pelo que eu percebi estas classificações existem apenas para indicar o grau de complexidade do jogo e nada mais.
Os meus filhos sonham em ter o GTA mas eu não os deixo sequer jogar ao GTA. No outro dia um deles, que nem 10 anos tem, insistiu:
- Mas porque é que eu não posso ter o GTA se quase todos os meus amigos têm?
Respondeu o mais velho que já há muito tempo deixou de o pedir:
- Aquilo é muito violento e até tem cenas de sexo.
- Sexo? O que é isso?! Eu só quero matar as pessoas...
Já perdi algum tempo com este jogo para perceber o que estou a proibir. É tudo mau, acreditem. Muitíssimo bem feito, mas muito mau. Deprimente até. Nós pais perdemos pouco tempo com este mundo por onde os nossos filhos andam: pagamos em GTAs para os ter calados, entretidos e na moda.
Experimentem jogar a este jogo durante duas horas e depois tentem dormir. Dez cafés não fazem o mesmo efeito. Não acho que os miúdos fiquem deliquentes por jogarem a estes jogos, mas tenho a certeza que grande parte da sua inocência perde-se ali. Brincar com aquele nível de violência não pode ser considerado uma brincadeira para crianças que nem sequer sabem andar de autocarro sozinhos. Ao pé do GTA o jogo com o sugestivo título Assassin's Creed - que demorou anos para entrar em minha casa - até é bastante didático:
- Mãe, já não preciso de estudar a Revolução Americana: sei tudo sobre o Boston Tea Party, até tive num dos navios que deitou o chá ao mar no Assassin's Creed!
Tenho a certeza que era muito mais fácil educar filhos no tempo em que as imitações das armas de brincar é que eram realistas e não a violência.