De Marta Gonçalves a 05.09.2011 às 20:24
Permita-me discordar e informar. Em Portugal não se recebe subsídio nenhum em situação de aborto excepto, e sublinhe-se, se o aborto ocorre por razões médicas e aqui leiam-se mal-formações fetais graves (ex: cardiopatias , espinha bífida, tubo neuronal alterado).
Gostaria ainda de lhe dizer que no nosso país a especialidade de enfermagem onde existem mais enfermeiras é na área da Saúde Materna e Obstétrica, sendo que quase todas as intervenções nesta área se focam nos enfermeiros, incluíndo os partos eutócicos.
Em termos médicos, nos centros de saúde e USF os médicos são especialistas na área de Medicina Familiar, não sendo direccionados para a área da saúde materna e obstétrica em específico. Toda e qualquer mulher que deseje informações bastante específicas acerca da área terá de consultar um obstetra. Deste modo, em qualquer situação na qual seja necessária intervenções especializadas durante uma gravidez (ex: Hipertensão Arterial induzida pela Gravidez) terá de ser seguida num hospital, vulgarmente o hospital onde irá parir.
De p D s a 06.09.2011 às 17:58
o tipo de discurso utilizado no post (a na citação publicada) é aquilo a que se pode chamar verdadeiramente : a mais basica DEMAGOGIA!
E é pena que num blogue onde se esceve sobre o que de mais valioso a Natureza nos proprociona: As Crianças : se abordem alguns temas deveras sensiveis e delicado, com uma ligeireiza verdadeiramente : INFANTIL.
Espero que o comentário da Marta Gonçalves tenha servido para iluminar alguma escuridão que sempre limita os horizontes!
De Ana Albuquerque Barata a 07.09.2011 às 23:15
Não pretendendo questionar a quantidade/qualidade de pessoal de enfermagem na área da saúde materna e obstétrica a laborarem nos centros de saúde e unidades de saúde familiar (usf), há um conjunto variado e alargado de procedimentos que lhes estão vedados, só sendo autorizados a médicos.
E estes não exercem, ou se o fazem, será em número reduzido, nessas unidades.
Mas essa não é a questão.
A questão é que se apoia a ivg, pagam-se horas a pessoal de saúde para estas intervenções, quando não se paga o equivalente para os mesmos profissionais estarem disponíveis em centros de saúde e usf's.
E, em simultâneo, retira-se o abono de família.
E as famílias numerosas são olhadas como bichos raros, esquisitos e antiquados, como se fossem completamente desadequadas e desenquadradas. E não é que, por vezes, sinto mesmo que é assim que classificam a minha?
De Inês Fonseca a 08.09.2011 às 14:48
Não é verdade o que a leitora Marta Gonçalves afirma no comentário acima.
De facto, existe um subsídio por aborto mesmo quando este é VOLUNTÁRIO, e pago a 100% (superior, portanto, ao subsídio a que têm direito as pessoas doentes, o qual varia entre 65%-75% da remuneração).
Pode consultar tudo no site da segurança social:
http://www2.seg-social.pt/left.asp?02.08
e
http://www2.seg-social.pt/preview_documentos.asp?r=22972&m=PDF
Cumprimentos
IF
Lá está, não é de todo verdade +/-. De facto não recebe subsídio de maternidade, mas pode por baixa, porque trata-se de uma intervenção cirúrgica. Pode não ter complicções demais, mas é sempre um acto cirúrgico.
Além de que se é a área onde existe mais acompanhamento, porque é que só tem acompanhamento especializado público, as grávidas avaliadas em risco?
Já tive uma perda e posteriores 2 gravidezes, uma no privado, associada ao médico de família e outra no Hospital Público. Vê-se sempre de tudo... mas falta sempre acompanhamento!!!
De Inês F a 07.10.2011 às 21:40
Lamento, mas está enganada: o aborto livre praticado "em estabelecimento de saúde legalmente autorizado" nem sempre é cirúrgico. E, em qualquer dos casos - cirúrgico ou não - dá sempre direito ao subsídio de que falei, superior, repito, ao da baixa por doença.
Cumprimentos.
De Carla M a 08.09.2011 às 21:43
Quanto disparate! No hospital público fazem-se abortos gratuitos enquanto essa solução for mais barata do que cuidar das mulheres que vão parar ao hospital público em consequência de abortos clandestinos. É apenas uma questão de saúde pública e de contas públicas.
De Nuno Cardoso Dias a 09.09.2011 às 12:28
Por essa ordem de ideias devia oferecer-se os ginásios e a alimentação saudável deviam ser gratuitos para evitar o que gastamos com doenças relacionadas com a obesidade.
A ideia é gira, é pena é não funcionar. Não vou falar em disparates porque isso qualificaria o meu argumento e não o seu.
Independentemente da ideia que tenhamos sobre o aborto, há uma escala de prioridades que obviamente está desajustada. Antes de pagarmos abortos gratuitos e licenças a quem aborta por opção, muitas outras coisas teriam de ser gratuitas e muitos encargos teriam de desaparecer.
De Anónimo a 14.09.2011 às 21:36
Nuno,
não é a minha ordem de ideias. É a ordem de ideias do legislador.
De Nuno Cardoso Dias a 15.09.2011 às 11:24
Não... era a ordem de ideias da Carla M, a quem eu estava a responder. O legislador - que deve ser um tipo cheio de sentido de humor a julgar por algumas das coisas que vai fazendo - entra depois das definição de prioridades, executando-a.
A opinião citada, com a qual concordo, é precisamente de que a lei tem de mudar. Devo dizer que é uma opinião partilhada até por muita gente que votou a favor da descriminalização do aborto e que se sentiram enganados, pelos que lhes diziam que era só isso que estava em causa.